Não sei onde deixei a Palavra...
Talvez me tivesse caído,
Pelo tubo de ensaio da vida,
E agora encontra-se exposta,
Nesse laboratório da existência,
Onde amplificamos o ridículo,
E minimizamos a essência.
É cansativo procurar o que somos
Quando já o somos nessa busca,
E insistentemente ignoramos,
O resultado óbvio
Dessa incursão,
Que se mostra nulo na maior das gargalhadas,
Deste egocentrismo que nos inculcaram,
Quando o movimento é muito maior,
Porque está em todos,
E todos ao longo da vida,
partem os espelhos,
Da moral e da razão.
Não sei onde deixei a Palavra
O que me define.
Talvez se tivesse escapado no desastre de emoções,
Que vou tendo a cada passo,
Despassado de soluções
Talvez tivesse caído
Quando me julgaram
Ou escorrido
Quando chorei.
E agora o momento é tudo.
Até o mais entediante,
O mais solitário,
O mais desconcertante.
O momento define.
Previne,
Castiga,
Repele,
Dá-me ordem,
Para ser o que estou a ser na desordem,
Sem saber o que vai ser o amanhã,
Porque o ontem já passou
e também foi cansativo
E o hoje é o que se vê….
.
.
.
Barco à deriva
Vai
Não pares
E não me perguntes porquê.
3 comentários:
A palavra por vezes perde-se em bolso alheio junta ao isqueiro emprestado que desaparece nos momentos mais inconvinientes, tais como quando só nos apetece fumar os nossos pensamentos até que estes se tornem uma cinza dispersa e sem forma...
beijos
e que a maré nos leve a bom porto... pois não sei para onde remo, nem se remo, nem se lá vou chegar...
beijo e boas marés para ti tb!
A palavra ficou aqui expressa, repleta de talento, mesmo à deriva!
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