14.12.10

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(e para variar, a música que me fez escrever...não estava era a contar encontrar um vídeo que tivesse ligeiramente que ver com o texto! feliz coincidência)






Diz-se por aí que é no silêncio que se constroem as palavras e, por isso penso, que a música tem sido uma droga que tens andado a tomar, para suster uma expressividade genuína que pensas que te condena;
Quando, na verdade, se tentasses falar, o barulho ensurdecedor dos outros, comprimiria a acústica da tua alma, junto do chão, para o qual tanto olhas e não a vês.


Por vezes penso que te olhas no espelho, e descobres uma desconhecida;


Espanto que te faz caminhar nas tuas curvas como se fossem colinas de um país sem nome, sem mapa, sem luxúria; e com a calma no olhar, aprecias esse terreno só teu, que detestas que invandam, uma vez e outra, sem o sentido geométrico do romantismo.
Visitante de ti própria que se replica numa réplica que não acreditas que não é, porque -pensas- se assim fosse, tudo haveria de ser diferente.


Sim, o mundo seria uma palete de tons pastel e ninguém nos desiludiria.
Sim, faríamos parte de uma comunidade de olhos cinzentos, com pálidas mãos moles e pés pequenissimos, porque não haveria Busca.


Talvez não tivessemos também ouvidos. 
Não haveria Perdição nem Maldição, logo, o Jogo não existira para ser comunicado.  


Afinal, a Bondade está nos actos.


Estica a tua mão mole e ganha ossos.