14.12.10

x2







(e para variar, a música que me fez escrever...não estava era a contar encontrar um vídeo que tivesse ligeiramente que ver com o texto! feliz coincidência)






Diz-se por aí que é no silêncio que se constroem as palavras e, por isso penso, que a música tem sido uma droga que tens andado a tomar, para suster uma expressividade genuína que pensas que te condena;
Quando, na verdade, se tentasses falar, o barulho ensurdecedor dos outros, comprimiria a acústica da tua alma, junto do chão, para o qual tanto olhas e não a vês.


Por vezes penso que te olhas no espelho, e descobres uma desconhecida;


Espanto que te faz caminhar nas tuas curvas como se fossem colinas de um país sem nome, sem mapa, sem luxúria; e com a calma no olhar, aprecias esse terreno só teu, que detestas que invandam, uma vez e outra, sem o sentido geométrico do romantismo.
Visitante de ti própria que se replica numa réplica que não acreditas que não é, porque -pensas- se assim fosse, tudo haveria de ser diferente.


Sim, o mundo seria uma palete de tons pastel e ninguém nos desiludiria.
Sim, faríamos parte de uma comunidade de olhos cinzentos, com pálidas mãos moles e pés pequenissimos, porque não haveria Busca.


Talvez não tivessemos também ouvidos. 
Não haveria Perdição nem Maldição, logo, o Jogo não existira para ser comunicado.  


Afinal, a Bondade está nos actos.


Estica a tua mão mole e ganha ossos.



20.11.10

Paz a 3.689.087.767.666 KM





Gostava de ter muito para contar, mas sinto-me o caos disfarçado de gente que conserva ainda uma ordem celular que me espanta.

Quando me olho, e me vejo, sou inteira. Sou o 1 presente que se desmultiplica num estilhaço interior, cada qual com o seu reflexo, cada qual diferente,
nas arestas e nos tamanhos.

Tenho cabelos que tombam e que penteio.
Tenho pele que pede sol, e olhos que se despedem das sombras.
Ouvidos que rejeitam.
Vozes que falam quase sempre certo.
É rara a vez que me engano no tom. Sai com Atitude.

A atitude é a forma mais fácil de mentir. Mas dá dinheiro e com ela se trabalha.
Com ela fazem-se conhecidos, que vão ser sempre desconhecidos. Com ela fazem-se amizades, que são enganos suaves; com ela caminha-se na estrada correcta, quando sabemos que tudo isso é uma palhaçada, porque os trilhos são tantos quanto aqueles que conseguimos ser, e pior, querer.

Fico feliz com a estabilidade dos outros, mas questiono-me por que para mim são correntes.

É difícil viver com a noção que o trabalho é a mais pesada das correntes porque é a condição primária que te impôem.

Quando nasces, fazem-te o xeque-mate. Quando nasces, fazem-te projectos de vida. Dão-te metas, dizem-te até as idades com as quais se devem atingir, e começam-te a colocar barreiras.

Um dia vais produzir, vais gerar riqueza, estás no jogo de um tabuleiro muito maior.
Não é Deus que o tem nos joelhos.

É a pobreza dos outros, o descalabro ambiental que longe de ti acontece, guerras provocadas em nome da religião, mas com o sobrenome do capitalismo, redes de droga, de tráfico e de sexo.

Mas no teu olhar, a pureza vive selvagem na convicção que o amor dos outros te transmitiu.

Não ouves, mas é de noite que os homens das obras aparecem.
Trazem tinta para o asfalto, trazem barras laterias de protecção.
Trazem câmaras, placas de sinalização e portagens.

Passa as portagens, não te esqueças.
Passa, paga, e continua a produzir.

É complicado perceber que estás sempre metido numa organização. Que te regista, transfere, carimba, quando estafado voltas para casa, e adormeces, e os homens das obras voltam.

Nem tiveste tempo para ver o telejornal da noite anterior, e já acordas com a estrada mais apertada.
Já és o culpado pelos fogos florestais, já és o culpado por não produzires, já és o culpado por não haver inovação no país, já és o culpado por não teres feito nada porque confiaste que alguém o fazia por ti.

Mas tens uma estrada à tua frente e uma portagem que nunca mais aparece. Aquela, que uma vez transposta, tem a saída esperada: a que te revela o país que tens, mas não se mostra; as pessoas a viverem no ritmo certo; as crianças a encherem os jardins; os idosos a sorrirem com dignidade de tratamento.

Receio um dia acordar e ver a estrada cortada.
Ou não...

Talvez saltasse a barreira lateral que não percebo porque ainda respeitamos.

7.8.10

Parabéns!








"A Mãe foi o meu primeiro encontro com um anjo"


("Conversas com Deus"- Neale Walsch) 



Obrigada 
por ser de ti.

e para ti voltar sempre.



25.7.10

Vê...se tiveres coragem.

















We are living in exceptional times. Scientists tell us that we have 10 years to change the way we live, avert the depletion of natural resources and the catastrophic evolution of the Earth's climate.

The stakes are high for us and our children. Everyone should take part in the effort, and HOME has been conceived to take a message of mobilization out to every human being.

For this purpose, HOME needs to be free. A patron, the PPR Group, made this possible. EuropaCorp, the distributor, also pledged not to make any profit because Home is a non-profit film.

HOME has been made for you : share it! And act for the planet.

Yann Arthus-Bertrand

HOME official website
http://www.home-2009.com

PPR is proud to support HOME
http://www.ppr.com

12.7.10

Ouvi ontem...





 "A vida é a arte dos encontros"

(Dito por um sem-abrigo cujo nome desconheço)









22.6.10

Tiny Alien - Katie Melua





Confesso que quando ouvi esta música, apeteceu-me escrever um texto no qual me pudesse transformar num insecto de asas exuberantes, dotado com pequeno ferrão (mas daqueles que não magoam), para que pudesse picar todos aqueles que sentem e vêm a vida mais ou menos como eu. 
Nessa picadela, sugaria todas as respostas que esta música procura; não em forma de sangue, mas em forma de corrente eléctrica, 
directa da tua alma para a minha.








Who are you my tiny alien
Why do you love to hide
Who are you my tiny alien
What can you see inside


I won’t make a sound








I won’t shoot you down
With my science, and reliance on everything I thought I knew


When you’re not of this earth
You won’t know what you’re worth


You’ve just got to take the pressure together
Or you’ll never survive in this world


Tiny alien


Who are you my tiny alien
What are you here to do
Who are you my tiny alien
How can I talk to you


What’s my DNA
Can you make it change
So I can gain new insight and take  f l i g h t
And never feel any pain


Just how far can you  f a  l   l
When you still feel so small
Will you love me through the sorrows tomorrows
Whatever the future will bring
Tiny alien


Who are you my tiny alien
We are just skin and bones
Who are you my tiny alien
Why are we so alone


When you’re not of this earth
You won’t know what you’re worth
You’ve just got to take the pressure together
Or you’ll never survive in this world




Album 'The House'

16.6.10

Há vários tipos de Vuvuzelas...ah pois é!























Numa curta pausa para café, apareceram no estabelecimento, duas VuVuZelas gigantes  (confesso que tenho alguma dificuldade em pronunciar um nome com tantos V's, e com 1 Zê, que surge logo de seguida como um estalo) e, arrastavam consigo, dois jovens entusiastas pelo vermelho e verde da selecção, mas com um objecto laranja envergado. hmm....estranho.

Temi.

Será que no fundo daquele cone gigante estaria um buraco negro que suga a inteligência a quem para ele olha?

Já a suar, olhei em volta, receando que um sopro carregado de perdigotos fizesse revirar o ar que, num movimento de contracção, me sugasse para o desconhecido mundo das VuVuZelas, tal como a Alice no País da Maravilhas.

Estaria eu amanhã a comprar VuVuZelas? Estaria eu amanhã orgulhosamente com uma, e depois outra, e depois montaria a tenda na bomba de gasolina para apanhar todas as VuVuZelas que saem em TODAS as edições de jornais-revistas-magazines-semanários-livros de bolso-revistas-cor-de-rosa?
Passaria eu a ter a pele laranja?
Passaria eu a ter cabeça de cone?
Nascer-me-ia uma VuVuzela..?.é melhor parar...respirar fundo...issoooo...

Então acordei com um gracejo convencido de um jovem que disse:

-Não, pah, é que esta é diferente. Esta tem O MEU NOME e toca muito melhor! (seria o nome dele BúBúZelo?)

E, bem à entrada do café, fez grunhir aquele O.N.I (objecto não identificado) que me secou o café na traqueia, arregalou os olhos em direcção ao tampo da mesa, enquanto delirava...aguentem ouvidinhos, postura Cláudia!

E quando parou...ah...quando o silencio voltou...

-Óh óbla! - diz o outro amuado... e... não é que ele... S O P R A ?????

Bem, honestamente: HÁ VUVUZELAS DIFERENTES SIM!

Aquilo mais pareceu um zurrar de um burro a ser puxado pelas patas, pelas orelhas, pelo focinho, pela cauda, pela pila, pelo pêlo, pelas pálpebras, pelo raio que o PARTA...e devia doer muito :(
Começou por ser um som cavo e grave, depois parou a meio, esganiçou no final e, numa recuperação deslumbrante, conseguiu ser verdadeiramente estridente e agudo!

Porra, e aqui não se aplica a máxima politicamente correcta "todas diferentes todas iguais"! Nããããoooo!
Umas soam a elefantes seculares que, de tromba erguida, chamam a manada, outras parecem burros atormentados a fugir do celeiro.

Seja lá como for, os animais aqui mencionados que me perdoem, porque não pretendia insultá-los.


(se amanhã eu comprar uma VuVuZela, eu prometo que fecho este blogue..para o vosso bem...ainda começava a gravar e a pôr no Youtube os meus VuVudioZelos)

Bahg!

13.6.10

Uma curta..muito fora: The Black Hole
































The National Film Board of Canada, in association with the Cannes Short Film Corner and partner YouTube, welcomes you to this NFB competition, now in its fifth year.


Director: Diamond Dugs
Running Time: 2'34
Country: U.K.
Category: Comedy





6.6.10

Para quem me lê

E ainda se dá ao trabalho disso ... esta é para vocês!

Celebrem a vida, todos os dias, e bebam do seu ritmo, seja ele qual for, reparem na nota mais sublime, no rendilhado mais impressionante, que nos dá voltas à cabeça, num emaranhado de pensamentos e emoções, por vezes doloroso, por vezes alegre e inesperado.

Feliz dia!





Beijo Azul!

3.6.10

Dia da Criança... claro atrasado! :P
















Magritte



(Para a Margarida, o Hugo e o Rafael)


"Um dia vais perceber que a humanidade é toda a mesma coisa, e o que distingue uns dos outros é a coragem e o medo.
Um dia vais perceber que os cabelos não têm cor, e que as peles são todas macias quando se tocam com prazer.

Até lá vais pensar que não.

Que há pessoas diferentes, que os teus são os melhores, que há tesouros e gentes iluminadas. Pessoas mais simpáticas, olhares arrogantes, bocas que rejeitam, peles encrespadas, costas com asas.

Sim, há dias que apetece desistir. O meu quarto também não tem ninguém.
Mas, sabes,  nem por isso deixa de estar povoado, por quem aqui passou, sentou e conversou.
Nem por isso deixa de me abraçar com as suas histórias, cada vez que vejo as cadeiras vazias, e os cinzeiros só com as minhas beatas.

Descobrir as pessoas é descobrirmos-nos a nós próprios. Até quando não nos portamos lá muito bem e dizemos o errado só para fazer rir. Ou quando travamos o abraço, com vergonha de sentir.
Não tenhas vergonha de sentir, porque é a melhor forma de aprender, e de perceber que a felicidade tem tantos caminhos, como o mundo tem de pessoas.

Que experimentem todos.

É o que desejo."

26.5.10

A note from the Universe

























To empower another, is to empower yourself.

To celebrate another, is to celebrate yourself.

And to free another, is to free yourself.



I say empower, celebrate, and free them all.




TUT

23.5.10

00000000000000000000000000000001





Hoje não me vi em lado nenhum.
Não sei se sabes bem o que isso significa.

Poderia ser a perdição, se estivesse apaixonada por algo.
Uma ideia, um objecto, uma data;
sim uma data,
um número gigante na minha cabeça-calendário, que confunde o tempo com a vírgula do momento,
e satisfaz-se dentro de um parêntesis redondo, dentro de si, contra si.

num à parte que exclui toda a proposição,
questiona o parágrafo onde se encontra
mas encolhido permanece.

à espera
à espera.

desejando o próximo segundo já com a fome do minuto.
completo,
dá por si na hora
cheia de nada.

permanece
permanece.

um dia a equação fará sentido.

9.5.10

lego







penso
ou julgo que penso
algumas vezes na questão da dualidade como dois pólos de uma mesma realidade. sem eles não passa a energia. desconhece-se a realidade. ou pelo menos, desconhece-se ainda mais.

não é que ande aí com um busca-pólos, de boné azul envergado, com cara de electricista mal-pago, a cometer todos os excessos e todas as privações que o mundo dispõe ao consumista da vida, num leque aparentemente quebrado de infinitas possibilidades.

por vezes imagino que caminho nesse leque, como se fosse um pequeno bonequinho dos Legos, a subir nas decisões, a descer nas contradições, com um sorriso estático, por não saber se gostar mais de estar lá em cima, ou de olhar de baixo para de onde vim.

nesta imagem o leque não abana com o tormento das emoções. Não. O bonequito é que se pode desequilibrar, já que tem os joelhos quebradiços e um amplo espaço para desbravar. O leque movimenta-se, num leve e contínuo sussurrar pela mão do universo, sempre no mesmo compasso. Ele ele lá vai descobrindo que, no seu peito de plástico, um coração ressoa a dois tempos, tal como o universo se contrai e expande, também o dele sucumbe à loucura de cada momento, mesmo que só em pensamento.

Se lhe desse a escolher ser feliz. Não escolheria.
Vegetar em verdades absolutas, prende o pulso que abana o leque e faz resvalar o tal que nele caminha.

4.5.10

Noz




















"Por vezes temos de nos perder para conseguir encontrar a nossa estrela (...)
Cada pedaço é um caso,
Com a alma bem perto da inocência."

(H.)





21.4.10

sei lá



Onde está o ponto que nos une?
Cardeal por onde te orientas?
Onde está a sinergia que sentes,
a corrente energética, que vês dentro de ti, num contínuo ondular,
onde ÉS com Consciência,
És com Certeza,
És com Vida...?

Está nos pulsos que, esquecido de ti, observas?
Ou no chão que pisas com o olhar,
como se os veios dos ladrilhos fossem rios,
e os rios, fossem estradas sem céu,
o qual esqueceste de admirar.

Também sentes a vida borbulhar?
Depois dos carros, depois dos barulhos
Depois do bater das portas, dos "olás" sem testemunhos.

Como a agarras em ti?
E com ela fazes o levante do teu Ser na direcção escolhida,
Questionável?
Temida?

Ou sorris e não pensas,
que pensar é a arte de não sentir
mas de Ser
dentro dos carros, dentro dos barulhos,
dentro de portas, de cumprimentos metodicamente escolhidos.

Sabes, adoro o arco-íris.
porque é um fenómeno óptico
mas é para quem não o Vê.

E quando se vê, reconhece-se a cegueira,
quando se vê, reconhece-se o esquecimento,
do que se pode ver sempre,
ainda que não esteja lá.

20.4.10

To be continued...































A foto está difícil de aparecer neste pisa-papéis com monitor...mas fica prometida. 
Curti a ideia.
Deixo-te a nossa banda sonora, retiro-te o medo do passado e dou-te a garra deste grunge bem tocado!
Força!


Tchin-Tchin! :)



8.3.10

In Wonderland...


foto:http://www.filmofilia.com/2009/06/22/new-tim-burtons-alice-in-wonderland-images/


Have you any idea why a raven like a writing desk?



(sublime!)

28.2.10

Meses do ano (ditados populares)

(pois é, tanto nos rimos a tentar rimar, mas os ditados verdadeiros são estes! nada de "em Janeiro tá um ganda barbeiro")


01  Em Janeiro, sete casacos e um sombreiro.

02   Ao Fevereiro e ao rapaz perdoa tudo o que faz, se o Fevereiro não for secalhão e o rapaz não for ladrão.

03   Em Março, chove cada dia um pedaço. 

04   Em Abril, águas mil, coadas por um mandil.

05   Em Maio, comem-se as cerejas ao borralho.

06   Junho floreiro: paraíso verdadeiro.

07   Julho abafadiço: abelhas no cortiço.

08   Agosto tem culpa se Setembro leva a fruta.

09   Setembro: mês dos figos e cara de poucos amigos.

10   Outubro quente traz o diabo no ventre.

11   Se em Novembro houver trovão, o ano seguinte serão bão.

12   Em Dezembro, descansar, para em Janeiro trabalhar.


Fonte: Provérbios Adágios: http://folclore-online.com



25.2.10

R.G.B.



Tive buracos nas mãos por onde via o mundo que me toca. Eram de um redondo perfeito, de tons secos, outrora brilhantes, mais tarde opacos e algo riscados.

Quando era miúda, julgava que eram janelinhas que se iam abrir, de onde sairiam cucos “cantaroleiros”, com uma história em forma de prenda para me dar. Ou então portais para uma dimensão infantil de Hansel e Gretel, onde a amizade e a aventura existem e persistem, nessa leveza da genuína simplicidade.

Com o passar do tempo, pensei que talvez visse, através deles, algo mais que a realidade; então focava-me no azul, no verde e no vermelho, na tentativa de deixar de olhar, para passar a ver.

Nunca vi mais, senão os caminhos por onde pisava, o céu que me vestia, as caras que não me falavam.
Lâminas fotográficas de uma dessas máquinas instantâneas, que perderam a memória antes de a ter.
Deixei das usar, porque nunca vi mais nada a não ser o que era.

Passei a abri-las na dor, na dúvida, na alienação, como quem abre a porta do quarto com a sensação de ter abraçado finalmente o melhor amigo. Despejava a alma nessas cores, destilando o que sou com o medo do que pensem que fui.

“O medo que pensem o que fui”- fui sempre outra coisa qualquer, motivada pelo sujeito e pelo complemento (in)directo que trouxe(mos) para a minha história.

Um dia tropecei num vendedor de verdades, que me disse existirem muitas mais cores no mundo, muitos mais horizontes, muito mais formas, diversas, imensas, histórias.
E tropecei noutro, e mais noutro, ao ponto de me esquecer, que tinha nas mãos fendas, por onde via o que me tocava com as cores que eu espelhava.

Hoje, tenho-as feridas e, no lugar dos buracos, cicatrizes a que chamam linhas. Um vendedor de seguros já mas quis cobrar, um vendedor de pensamentos já me quis perspectivar, vários vendedores de amores já mas quiseram roubar…nenhum as quis sarar.

Por vezes reabro na solidão um círculo perfurante. 
E aí descanso… de tudo o que me venderam, e me cegou, e que ainda dizem ser verdade!


21.2.10

um quarto de conhecido




















Como se escreve o teu nome?

Com que letras, sinais o rematas na tua alma?

Num baixo relevo dorido,
Num elegante risco, saliente-dourado?

Como se manifesta na mais vulgar das páginas,
desse capítulo que não me contas,

É tímido, recatado?
Engolido por um canto?

Resguardado de todo o vocabulário?

Tipografias que te são estranhas,
mundos paralelos que assombram a folha da tua existência,
da qual te isolas,

nesse canto branco onde te imprimes
e comprimes,
desejando por companhia
nada mais que um ponto final             .

Quem és?

Porque te imagino,
e mastigo de uma forma tão inconsequente,
sabendo apenas o teu nome,
segundos da tua voz
que me atiram um conjunto de reticências atroz.

Sou uma analfabeta de ti
Não te sei ler
nem reescrever




Talvez um dia te contes numa historia...