21.2.10

um quarto de conhecido




















Como se escreve o teu nome?

Com que letras, sinais o rematas na tua alma?

Num baixo relevo dorido,
Num elegante risco, saliente-dourado?

Como se manifesta na mais vulgar das páginas,
desse capítulo que não me contas,

É tímido, recatado?
Engolido por um canto?

Resguardado de todo o vocabulário?

Tipografias que te são estranhas,
mundos paralelos que assombram a folha da tua existência,
da qual te isolas,

nesse canto branco onde te imprimes
e comprimes,
desejando por companhia
nada mais que um ponto final             .

Quem és?

Porque te imagino,
e mastigo de uma forma tão inconsequente,
sabendo apenas o teu nome,
segundos da tua voz
que me atiram um conjunto de reticências atroz.

Sou uma analfabeta de ti
Não te sei ler
nem reescrever




Talvez um dia te contes numa historia...



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