1.2.10

O que é que se passa?

Há segundas, nas quais se acorda de manhã com o rosto que o fim de semana vomitou, sem que tivesse sido feita a digestão do delicioso tempo livre, recheado com o maravilhoso creme de não-ter-horas-para-nada.


Já nos habituamos todos a isso, não é verdade?


Muitos começam a semana focados, sem querer ler notícias ou ver telejornais, devido ao enjoo que já provocam estas pessoas que se dizem políticos e governantes de um país que se diz portugal com P grande.


"Foca, foca, abana o rabinho que tens é de viver cada dia como se fosse o último, já que toda a gente anuncia o fim de tudo todos os dias." O fim da crise, o fim dos bons tempos, o fim do terrorismo, o fim de mais um massacre, o fim da liberdade de expressão, o fim dos incómodos para o governo, o fim da guerra com os professores, o fim de qualquer entendimento possível, o fim da agricultura, o fim dos prazos dos fundos europeus....o fim da paciência é o que é!


Retorno à minha segunda feira de manha: o dia corre bem, as pessoas poupam a energia para os 4 dias restantes de moléstia televisiva, moléstia no trabalho, moléstia no trânsito, moléstia no super-mercado e ainda algumas quilowatts para acontecimentos imprevisíveis, (que por favor, não, esta semana não!) e chegam a casa mais sorridentes, até que alguém diz: -Olha sabes o que aconteceu? ("fonix, outra vez?! - pensamos) o governo já calou o Mário Crespo!!


HÃ? O O QUÊ?


Sim, pelos vistos foi o prato principal de um almoço de governantes, que lincharam o sem nome entre garfadas e goladas no líquido visceral da maledicência.


Uma fonte ouviu, escreveu e informou-o. Ele reagiu com um artigo de opinião, que nao deixaram publicar, e despediu-se.


E assim o JN perde um dos mais brilhantes jornalistas que Portugal teve na ultima década, não só em termos de cultura e profissionalismo, como também em termos de tacto, sensibilidade e saber estar.


Espero que a fonte seja MESMO segura Mário, senão, como foste capaz de cair?

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